30 de abr. de 2009

Mais um adeus

Mais um adeus
Uma separação
Outra vez, solidão
Outra vez, sofrimento
Mais um adeus
Que não pode esperar

O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar

Olha, benzinho, cuidado
Com o seu resfriado
Não pegue sereno
Não tome gelado
O gim é um veneno
Cuidado, benzinho
Não beba demais
Se guarde para mim
A ausência é um sofrimento
E se tiver um momento
Me escreva um carinho
E mande o dinheiro
Pro apartamento
Porque o vencimento
Não é como eu:
Não pode esperar

O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar

(Vinicius de Moraes / Toquinho)

28 de abr. de 2009

Aviso aos navegantes

Esse ano vai sobrar um
Quem falou já morreu
Quem sabe dele sou eu
A vida quem dá é Deus

Esse ano vai sobrar um
Quem falou já morreu
Quem sabe dele sou eu
A vida quem dá é Deus

Quem é malandro não dá
Vidinha boa a ninguém
Malandro traz no cantar
A pinta que o canto tem
Briga com quem sabe mais
Não dá camisa a ninguém
Olha, aqui você faz
Aqui mesmo vai entrar bem

Esse ano vai sobrar um
Quem falou já morreu
Quem sabe dele sou eu
A vida quem dá é Deus

Esse ano vai sobrar um
Quem falou já morreu
Quem sabe dele sou eu
A vida quem dá é Deus

Quem é malandro não dá
Vidinha boa a ninguém
Malandro traz no cantar
A pinta que o canto tem
Briga com quem sabe mais
Não dá camisa a ninguém
Olha, aqui você faz
Aqui mesmo vai entrar bem

Vai sobrar um
Falou, morreu
Sabe dele sou eu
Vida quem dá é Deus.

(Baden Powell - Paulo César Pinheiro)

26 de abr. de 2009

Joana francesa

Tu ris, tu mens trop
Tu pleures, tu meurs trop
Tu as le tropique
Dans le sang et sur la peau
Geme de loucura e de torpor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

Mata-me de rir
Fala-me de amor
Songes et mensonges
Sei de longe e sei de cor
Geme de prazer e de pavor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

Vem molhar meu colo
Vou te consolar
Vem, mulato mole
Dançar dans mes bras
Vem, moleque me dizer
Onde é que está
Ton soleil, ta braise

Quem me enfeitiçou
O mar, marée, bateau
Tu as le parfum
De la cachaça e de suor
Geme de preguiça e de calor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

(Chico Buarque)

Gabriela

Vim do Norte, vim de longe
De um lugar que já não há
Vim dormindo pela estrada
Vim parar neste lugar

Meu cheiro é de cravo
Minha cor de canela
A minha bandeira
É verde amarela

Pimenta de cheiro
Cebola em rodela
Um beijo na boca
Feijão na panela

Sempre Gabriela

Passei um café inda escuro
E logo me puz a caminho
Eu quero rever Gabriela
De novo provar seu cheirinho

Manhã bem cedinho na mata
O sol derramou seu carinho
Um brilho na folha da jaca
Pensei em rever meu benzinho

Se ainda sobrasse um dinheiro
Podia comprar-te um vestido
E mais um vidrinho de cheiro
Contar-te um segredo no ouvido

Te trouxe um anel verdadeiro
Sonhei que era teu preferido
Pensei, repensei tanta coisa
Ah, me deixa ser teu marido
Pensei, repensei tanta coisa
Queria casar-me contigo

Todos os dias esta saudade
Felicidade cadê você
Já não consigo viver sem ela
Eu vim à cidade pra ver Gabriela

Tenho pensado muito na vida
Volta bandida mata esta dor
Volta pra casa, fica comigo
Eu te perdôo com raiva e amor

Chega mais perto moço bonito
Chega mais perto meu raio de sol
A minha casa um escuro deserto
Mas com você ela é cheia de sol

Molha tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce é meu sal
Mas quem sou eu nesta vida tão louca
Mais um palhaço no teu carnaval

Casa de sombra, vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor

Em niote sem lua, pulei a cancela
Caí do cavalo, perdi Gabriela
Oh, lua de cera, oh, lua singela
Lua feiticeira, cadê Gabriela

(Antonio Carlos Jobim)

Mãe

Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visses, não
Imensa solidão

Eu sou um rei que não tem fim
E brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração

Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tem amor
Cigarras, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor

Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o meu caminho e o teu caminho
É um nem vais, nem vou

Meninos, ondas, becos, mãe
E, só porque não estás
És para mim e nada mais
Na boca das manhãs

Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti

(Caetano Veloso)

update: 08/05/09

com

GAL COSTA

Flor do cerrado

Todo fim de ano é fim de mundo e todo fim de mundo é tudo que já está no ar
Tudo que já está
Todo ano é bom todo mundo é fim
Você tem amor em mim

Todo mundo sabe e você sabe que a cidade vai sumir por debaixo do mar
É a cidade que vai avançar
E não o mar
Você não vê
Mas da próxima vez que eu for a Brasília eu trago uma flor do cerrado pra você

Tem que ter um jeito e vai dar certo e Zé me disse que ninguém vai precisar morrer
Para ser
Para tudo ser
Eu, você

Todo fim de mundo é fim de nada é madrugada e ninguém tem mesmo nada a perder
Eu quero ver
Olho pra você
Tudo vai nascer
Mas da próxima vez que eu for a Brasília eu trago uma flor do cerrado pra você

(Caetano Veloso)


20 de abr. de 2009

Nosso amor

se falei de você
só falei por falar
(não tinha mais de quem falar)

só sonhei com você
pois não pude evitar
(temos que sonhar)

se fiquei com você
só fiquei por ficar
(quem fica fica por ficar)

se aceitei seu amor
aceitei sem pensar
(não sei recusar)

se ainda estou com você
inda estou por estar

nosso amor afinal
não tem nada de especial

não é paixão não é fatal
não é assim essencial

nem é só sentimento
circunstancial

não é tanta coisa
mas é tão legal!

infeliz de quem vem
até aqui me buscar
(quem busca adora rebuscar)

e me vê com você
vendo o tempo passar
(é só o que verá)

sem saber se esse amor
inda vai decolar
(se cola pode decolar)

eu por mim tudo bem
deixo assim como está

nosso amor se tornou
uma história singular

é só calor e se calar
é só compor sem cantar

nosso amor se espreguiça
só quer vadiar

vai passando os dias
sem se entediar

uma das dúvidas típicas
que ficam no ar:

como que um amor
que não quer nada
pode continuar?

nosso amor
não cansa de durar
sempre foi assim
sempre será

não se pode esperar muito disso
mas também por que esperar?

se falei de você
só falei por falar
(não tinha mais de quem falar)

se fiquei com você
só fiquei por ficar
(quem fica fica por ficar)

infeliz de quem vem
até aqui me buscar
(quem busca adora rebuscar)

sem saber se esse amor
inda vai decolar
(se cola pode decolar)

(Dante Ozzetti/Luiz Tatit)

Você se foi

você se foi
nem me preparou
foi para o Rio
no mar ficou
mas deixa estar
hás de voltar
então verás
o que deixastes pra traz
meu amor, minhas canções
meu jazz

você partiu
nem me acordou
estava frio
nem me beijou
foi tão ruim
pobre de mim
fiquei assim
como quem quer se matar
dia após dia
foi só chorar

quando alguém abandona outro alguém
devia ao menos dizer, vou de trem
adeus meu bem e passe bem

mas não faz mal
isso é sempre igual
sempre banal
é sempre sal
uma paixão
a solidão
uma ilusão
no coração do trouxa
nasce sempre uma flor
bem roxa

também não vou
sofrer demais
mais que o normal
não vou, não vou
se quer saber
se for voltar
não estarei
a te esperar nunca mais
minha razão quer pensar
em paz

(Ná Ozzetti/Itamar Assumpção)

Capitu

De um lado vem você com seu jeitinho
Hábil, hábil, hábil
E pronto!
Me conquista com seu dom

De outro esse seu site petulante
WWW
Ponto
Poderosa ponto com

É esse o seu modo de ser ambíguo
Sábio, sábio
E todo encanto
Canto, canto
Raposa e sereia da terra e do mar
Na tela e no ar

Você é virtualmente amada amante
Você real é ainda mais tocante
Não há quem não se encante

Um método de agir que é tão astuto
Com jeitinho alcança tudo, tudo, tudo
É só se entregar, é não resistir, é capitular

Capitu
A ressaca dos mares
A sereia do sul
Captando os olhares
Nosso totem tabu
A mulher em milhares
Capitu

No site o seu poder provoca o ócio, o ócio
Um passo para o vício, vício, vício
É só navegar, é só te seguir, e então naufragar

Capitu
Feminino com arte
A traição atraente
Um capítulo à parte
Quase vírus ardente
Imperando no site
Capitu

(Luiz Tatit)

Crápula

cara-de-pau
já chega e crau!
faz o que quer
dá um beijo e tchau!
sempre que vem
faz tudo igual
quando não vem
é menos mal

superficial
muito além do normal
muito aquém do animal
racional

gasta legal
só dá preju
bem baixo-astral
é um urubú
se vem me ver
não sei pra quê
vou dizer "oi"
saiu, já foi

crápula!
é duro que dói
é ele que vem
que sempre destrói
que pega um amor
sincero e corrói
é esse o vilão
que agora é herói

crédula!
deixei-me levar
foi pura emoção
e agora tá aí
mais uma canção
saiu sem querer
pra ele!

pra dar prazer é
só virtual
para ofender
é um punhal
para atacar
é um carcará
pra se livrar
só diz: "foi mal"
pra disfarçar
fica assim
de perfil
pra dizer que não viu
distraiu...

não tem amor
que ele não traia
dom de iludir
é a sua praia
não vi ninguém
da sua laia
até num show
ele vai e vaia

crápula!..

(Dante Ozzetti/Luiz Tatit)

11 de abr. de 2009

Marca de amor não sai

Existe alguém que quer amar
Só pra escutar
Você dizer vem cá
E eu sei que vai ser demais
Me ligue que eu vou
Ohuoh oh oh oh oh
Se eu esqueço até
Pra onde tudo vai
Se você me abraça um pouco mais
Se o oposto atrai
Oh baby marca de amor não sai
E eu adoro como você faz
Mil vezes eu vou
Oh oh oh
O que eu tento lhe dizer
É que sempre vai valer
É só voltar o filme todo dia
Pra lembrar de você
Se por aí eu ouço seu nome
Ou parece que sim
Quase em todo lugar
Que eu penso em ir
Até nos livros que eu lí
Mais nada me importa
Não sei o que acontece comigo
Se você não vem
Nem quero ver se faz sentido também
Oh, baby
Eu sei que vou
O que eu tento lhe dizer
É que sempre vai valer
É só voltar o filme todo dia
Pra lembrar de você

("Is It Ok If I Call You Mine" Paul McCrane.
versão Sylvia Patricia/E. Roberto)

Ai, ai, ai... Sylvia. Tão bom.


10 de abr. de 2009

My baby just cares for me



My baby don't care for shows
My baby don't care for clothes
My baby just cares for me
My baby don't care for cars and races
My baby don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style
And even Lana Turner's smile
Is somethin' he can't see
My baby don't care who knows
My baby just cares for me

Baby, my baby don't care for shows
And he don't even care for clothes
He cares for me
My baby don't care
For cars and races
My baby don't care for
He don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style
And even Liberace's smile
Is something he can't see
Is something he can't see
I wonder what's wrong with baby
My baby just cares for
My baby just cares for
My baby just cares for me

(1928 - Gus kahn, Walter Donaldson)

Fine And Mellow -1944, Billie Holiday ...

O paraíso!! Fantástico!!

Fine And Mellow -1944, Billie Holiday With Coleman Hawkins, Lester Young, Ben Webster, Gerry Mulligan, Vic Dickenson, Roy Eldridge.

LUXURY CAST!


9 de abr. de 2009

Mertiolate

a paixão acaba
e um dia eu me sinto à toa
um dia eu me apaixono
por outra pessoa
tudo bem
isso acontece comigo
a cada vez em dez
tudo bem
vou a lugar nenhum
não vou sofrer por isso

eu ponho mertiolate
mertiolate
quando arde, eu sopro
vermelhinho, um coração ralado não se abate
eu ponho mertiolate
vermelhinho um coração ralado não se abate, não

a paixão acaba e um dia eu me sinto à toa
um dia eu me apaixono por outra pessoa
tudo bem
eu tô feliz com isso
tô como um pinto no lixo
tudo bem
não gosto de pretexto
nem de crucifixo

eu ponho mertiolate
mertiolate
quando arde eu sopro vermelhinho,
um coração ralado não se abate
eu ponho mertiolate
vermelhinho um coração ralado
não se abate, não

(kali c. e suely mesquita)

5 de abr. de 2009

Sem aviso

Anda
tira essa dor do peito, anda
despe essa roupa preta e manda
seu corpo deslembrar

Canta
vira a dor pelo avesso
Canta
larga essa vida assim as tontas
Deixa esse desenganar

Calma
Dê o tempo ao tempo, calma
alma
Põe cada coisa em seu lugar
E o dia virá, algum dia virá
Sem aviso

então...

(Francisco Bosco / Fred Martins)

Como o mar

Feito o mar é tudo na vida.
As coisas são. O mar já é e sempre foi.
A vida.
Assim, como as ondas,
as correntezas,
o conforto do calor
e o tremor glacial da água
mais profunda.
Eu quero que ele
leve tudo e não devolva
jamais o que não serve.
Um onda radiante
que penetre cada fresta das coisas
e cada poro de mim.
E arraste
o inválido,
o incerto,
o assinaladamente defrenestável
pro escuro mais abissal.

(a.l.k)

Mentira de amor

Querem saber afinal
Qual a solução
Querem saber o final
Daquela paixão
Daquele grande amor
Que a todos interessou
Querem saber qual o fim
Da nossa união
Já que o tempo passou?

Então lhes digo a sorrir
Que em meu coração
Que palpitava por ti
Todo em afeição
Hoje outro ocupa o lugar
Que o seu amor ocupou
Já que entre nós nada existe
Que nada nos une
O nosso amor terminou.

Tudo mentira.
O meu sorrir não condiz
Com meu viver isolado e tristonho
Sou muito infeliz.

Tudo mentira eu bem sei
Sempre te adorei
Indiferente hoje estou
Aparentemente.

Passo por si sem olhar
Deus testemunha porém
Que a vontade maior
Que meu peito abrir
É te abraçar,te beijar.


(Lourival Faissal/Gustavo de Carvalho)

4 de abr. de 2009

Minha Dalva de Oliveira

Vai,
Minha Dalva de Oliveira
Minha flor de laranjeira
Minha fruta madura
Oi, tentação

Vai,
Sai pela rua meio nua
Escandaliza o comércio
Deixa o povo te querer, te desejar
Perder a educação (que já é pouca)

Sai,
Meu perigo de incêndio
Não esconde teu fogo
Faz fumaça e um carnaval
Suja tudo de fuligem
Cria fama de louca
E acha pouca toda a confusão

Depois,
Volta prá casa comigo
Serei sempre teu abrigo
A me prestar a esse papel
Papel maravilhoso de marido

Eu sou teu fã, eu tô contigo
E é só teu meu coração
Eu sou teu fã, e tô contigo

(Celso Fonseca / Suely Mesquita)
Blog Widget by LinkWithin