30 de ago. de 2014

ALESSANDRA MAESTRINI - SEM FANTASIA (Drama N' Jazz)







Vem, meu menino vadio

Vem, sem mentir pra você

Vem, mas vem sem fantasia

Que da noite pro dia

Você não vai crescer



Vem, por favor não evites

Meu amor, meus convites

Minha dor, meus apelos

Vou te envolver nos cabelos

Vem perde-te em meus braços

Pelo amor de Deus



Vem que eu te quero fraco

Vem que eu te quero tolo

Vem que eu te quero todo meu



Ah, eu quero te dizer

Que o instante de te ver

Custou tanto penar

Não vou me arrepender

Só vim te convencer

Que eu vim pra não morrer



De tanto te esperar

Eu quero te contar

Das chuvas que apanhei

Das noites que varei

No escuro a te buscar

Eu quero te mostrar

As marcas que ganhei

Nas lutas contra o rei

Nas discussões com Deus

E agora que cheguei

Eu quero a recompensa

Eu quero a prenda imensa

Dos carinhos teus



Chico Buarque

24 de mai. de 2014

Mônica Salmaso - Noite


A solidão num bar a noite quente
o tédio sufocante
um gesto descuidado
a frase inconsequente
um riso provocante
no rosto um desafio
o olhar macio e imprudente
seu jeito de criança entrando em minha vida imperiosamente

o anseio arrebatado e torturante
o corpo impaciente
a boca incendiada
o seio palpitante
o beijo incandescente
o coração descompassado suplicante
um fogo ardendo furiosamente
e o gosto inebriante de um desejo urgente e devastador

a entrega obediente sempre vem
o ardor dilacerante
a alma adolescente
o abraço alucinado
um grito triunfante
um louco desvario a paz chegando de repente
e o pulso latejante da paixão febril cravada no meu ventre

no fim a despedida e o vazio doendo persistente
me vi por toda vida num silêncio frio ao te lembrar ausente
e ainda que esta noite esteja tão distante a dor me faz lembrar inutilmente
que fui por um instante tua para sempre amor..

Nelson Ayres



22 de mai. de 2014

Estrada branca/ This happy Madness: interpretações sublimes

Estrada branca
Lua branca
Noite alta
Tua falta caminhando
Caminhando, caminhando
Ao lado meu
Uma saudade
Uma vontade
Tão doída
De uma vida
Vida que morreu
Estrada passarada
Noite clara
Meu caminho é tão sozinho
Tão sozinho
A percorrer
Que mesmo andando
Para a frente
Olhando a lua tristemente
Quanto mais ando
Mais estou perto
De você
Se em vez de noite
Fosse dia
Se o sol brilhasse
E a poesia
Em vez de triste
Fosse alegre
De partir
Se em vez de eu ver
Só minha sombra
Nessa estrada
Eu visse ao longo
Dessa estrada
Uma outra sombra
A me seguir
Mas a verdade
É que a cidade
Ficou longe, ficou longe
Na cidade
Se deixou meu bem-querer
Eu vou sozinho sem carinho
Vou caminhando meu caminho
Vou caminhando com vontade de morrer

(Antonio Carlos Jobim/ Vinicius de Moraes)








What should I call this happy madness that I feel inside of me
Sometime of wild October gladness that I never thought I'd see
What has become of all my sadness all my endless lonely sighs
Where are my sorrows now
What happened to the frown and is that self contented clown
Standing grinning in the mirror really me
I'd like to run through Central Park carve your initials in the bark
Of every tree I pass for every one to see
I feel that I've gone back to childhood and I'm skipping through the wildwood
So excited that I don't know what to do
What do I care if I'm a juvenile I smile my secret little smile
Because I know the change in me is you
What should I call this happy madness all this unexpected joy
That turned the world into a baby's bouncing toy
The god's are laughing far above one of them gave a little shove
And I fell gaily gladly madly into love

(Antonio Carlos Jobim/ Vinicius de Moraes/ Gene Lees)


12 de mai. de 2014

lágrima







Lágrima por lágrima hei de te cobrar
Todos os meus sonhos que tu carregaste, hás de me pagar
A flor dos meus anos, meus olhos insanos de te esperar
Os meus sacrifícios, meus medos, meus vícios, hei de te cobrar
Cada ruga que trouxer no rosto, cada verso triste que a dor me ensinar
Cada vez que no meu coração, morrer uma ilusão, hás de me pagar
Toda festa que adiei, tesouros que entreguei, a imensidão do mar
As noites que encarei sem Deus, na cruz do teu adeus, hei de te cobrar
A flor dos meus anos, meus olhos insanos, de te esperar
Os meus sacrifícios, meus medos, meus vícios, hei de te cobrar
Cada ruga que eu trouxer no rosto, cada verso triste que a dor me ensinar
Cada vez que no meu coração morrer uma ilusão, hás de me pagar
Toda festa que adiei, tesouros que entreguei, a imensidão do mar
As noites que encarei sem Deus, na cruz do teu adeus, hei de te cobrar...
Lágrima por lágrima.

Roque Ferreira / Sophia de Mello Breyner

21 de jan. de 2014

Elis Regina - Gol Anulado





Quando você gritou mengo
no segundo gol do Zico
tirei sem pensar o cinto
e bati até cansar.
Três anos vivendo juntos
e eu sempre disse contente:
minha preta é uma rainha
porque não teme o batente,
se garante na cozinha
e ainda é Vasco doente.
Daquele gol até hoje
o meu rádio está desligado
como se irradiasse
o silêncio do amor terminado.
Eu aprendi que a alegria
de quem está apaixonado
é como a falsa euforia
de um gol anulado



João Bosco/ Aldir Blanc

Elis Regina - "Noves Fora" (TV Globo, 1972)





Ai, meu Deus, o que é que faço
Tua beleza ta me carregando pelo braço
Da laranja eu quero um gomo
Do limão quero um pedaço
E da menina mais bonita
Eu quero o beijo e o abraço
É tudo ou nada
Noves fora, nada
Já rezei até pro meu santo
Na terra do Canindé
Que me dê amor bem grande
Que pequeno não dá pé
É tudo ou nada
Noves fora, nada
A tua falta somada
A minha vida tão diminuída
Com esta dor multiplicada
Pelo fator despedida
Deixou minh'alma muito dividida
Em frações tão desiguais
E desde a hora em que você foi embora
Eu sou um zero e nada mais
Um, dois, três, ene, infinito
o meu lado esquerdo você que é demais
Ah, meu Deus, o que que faço

Fagner/ Belchior

12 de jan. de 2014

Sarah Vaughan sings Send in the Clowns





Isn't it rich, are we a pair?
Me here at last on the ground,
You in mid-air.
Send in the clowns.

Isn't it bliss, don't you approve?
One who keeps tearing around
One who can't move
Where are the clowns?
Send in the clowns.

Just when I'd stopped opening doors,
Finally knowing the one that I wanted was yours.
Making my entrance again with my usual flair,
Sure of my lines;
No one is there.

Don't you love farce?
My fault I fear,
I thought that you'd want what I want,
Sorry my dear
But where are the clowns
There ought to be clowns
Quick send in the clowns

What a surprise!
Who could foresee
I'd come to feel about you
What you felt about me?
Why only now when I see
That you've drifted away?
What a surprise...
What a cliche'...

Isn't it rich, isn't it queer
Losing my timing this late in my career
And where are the clowns
Quick send in the clowns
Don't bother, they're here.

Billie Holiday - Me Myself and I




Tema grabado el 15 de Junio de 1937 con Lester Young en el saxo tenor, Buck Clayton a la trompeta, Clause Thornhill al piano, Freddie Green guitarra, Walter Page bajo y Jo Jones a la bateria


Me, myself and I
Are all in love with you
We all think you're wonderful
We do
Me, myself and I
Have just one point of view
We're convinced
There's no one else like you
It can't be denied dear
You brought the sun to us
We'd be satisfied dear
If you, you'd belong to one of us
So if you pass me by
Three hearts will break in two
Cause me, myself and I
Are all in love with you
Me, myself and I
Are all in love with you
We all think you're wonderful
We do
Me, myself and I
Have just one point of view
We're convinced
There's no one else like you
It can't be denied dear
You brought the sun to us
We'd be satisfied dear
If you'd belong to one of us
So if you pass me by
Three hearts will break in two
Cause me, myself and I
Are all in love with you

10 de jan. de 2014

NOBREZA, - Jussara Silveira & Luis Brasil (Vídeo-colagem)




Nossa velha amizade nasceu
De uma luz que acendeu
Aos olhos de abril
Com cuidado e espanto eu te olhei
No entanto você sorriu

Concedendo-me a graça de ver
Talhado em você a nobreza de frente
O amor se desnudando
No meio de tanta gente

Um doce descascado pra mim
Eu guardo pro fim
Pra comer demorado
Uma grande amizade é assim
Dois homens apaixonados

E sentir a alegria de ver
A mão do prazer acenando pra gente
O amor crescendo enfim
Como capim pros meus dentes

Djavan

22 de nov. de 2013

Blossom Dearie - Sophisticated Lady

Blossom Dearie - Lover man

Cada Tempo Em Seu Lugar - Gilberto Gil








Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar
Não posso me esquecer que a pressa
É a inimiga da perfeição
Se eu ando o tempo todo a jato, ao menos
Aprendi a ser o último a sair do avião
Preciso me livrar do ofício de ter que ser sempre bom
Bondade pode ser um vício, levar a lugar nenhum
Não posso me esquecer que o açoite
Também foi usado por Jesus
Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz
Ô-ô, ô-ô
Cada coisa em seu lugar
Ô-ô, ô-ô
A bondade, quando for bom ser bom
A justiça, quando for melhor
O perdão:
Se for preciso perdoar
Agora deve estar chegando a hora de ir descansar
Um velho sábio na Bahia recomendou: "Devagar"
Não posso me esquecer que um dia
Houve em que eu nem estava aqui
Se eu ando por aí correndo, ao menos
Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir
Ô-ô, ô-ô
Cada tempo em seu lugar
Ô-ô, ô-ô
A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão:
Quando a desilusão chegar
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