11 de mai. de 2007

Há vento

A porta estava tão fechada e a chave na minha mão, na ponta dos dedos, parecia não ser. Mas na cabeça era, embora os olhos nem se dessem por conta nem quisessem saber. Mas entrei.

Entrei depois de muito tempo e não há odores nem luzes que me remetam ao passado. Só o sentimento. Que foi, girou e ainda é o mesmo: quero pra mim e não sou de mim e não vem a mim o que eu preciso.

É tão distante estar... estar... eu não sei. Sei não estou perto de nada, nem de ninguém. Mas sei do avesso. Algum me move.

Esse um é assim chuva. Chuva sem cheiro da terra molhada que sufoca e me agrada... Agrada porque é em mim. Àquele eu digo adeus, é o sentimento é o que não sei é o que não quero. Eu não quero é tê-la. A angústia.

Vou fechar a porta e sair. Há vento.


(05/12/2003)

(a.l.k.)

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