22 de dez. de 2009

Natal + Ano Novo

21 de dez. de 2009

A Música Mais Bonita

A música mais bonita eu fiz pra você
E não é essa
A música mais bonita eu fiz pra você
E não
A moça mais bonita eu guardei pra você
Mas ela fugiu
Por entre as horas
Por entre os fios silenciosos
Do teu próprio cabelo
Ela fugiu pra ver o sol menino
Ela partiu pra se banhar menino
Mas percebeu no dia seguinte
Que sol mora nos fios
Do teu próprio cabelo
E nesses dias me falta a terra
E também o ar
E também o ar...

(Juliana Kehl)

Outras Mulheres

Meu corpo é pedra em que nascem
Corais, sargaços e líquen
Que os homens todos me abracem
Só quero aqueles que passem
não quero aqueles que fiquem.
Gosto, meu bem, de andar nua
Me pinto feito arco-íris
Jamais me tires da rua
Porque jamais serei tua
Se tu não me repartires.
Senti paixão por um bando
Escorreguei como os peixes
Por isso eu peço que quando
Sentires que já estou te amando
Eu quero é que tu me deixes.
Sou de ceder minhas graças
Não sou aquela que queres
Pertenço a rodas devassas
Não quero que tu me faças
Igual às outras mulheres.

(Joyce / Paulo Cesar Pinheiro)


14 de dez. de 2009

Abaixo-assinado contra a extinção da TVE/FM Cultura



http://forumtve.blogspot.com/

Elegia

Deixa que minha mão errante adentre atrás, na frente
Em cima, em baixo, entre
Minha América, minha terra à vista
Reino de paz se um homem só a conquista
Minha mina preciosa, meu império
Feliz de quem penetre o teu mistério

Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão, meu selo gravo
Nudez total: todo prazer provém do corpo
(Como a alma sem corpo) sem vestes
Como encadernação vistosa
Feita para iletrados, a mulher se enfeita
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns a que tal graça se consente
É dado lê-la

(Augusto de Campos e Péricles Cavalcanti
sobre um poema de John Donne)


12 de dez. de 2009

Coração vulgar

Morre mais um amor num coração vulgar
Deixa desilusão pra quem não sabe amar.
E quem não sabe amar tem que sofrer
Porque não poderá compreender
Que o amor que morre é uma ilusão,
E uma ilusão deve morrer
Um verdadeiro amor nunca fenece
E pouca gente ainda o conhece
Meu bem, se o teu amor morreu,
É porque ninguém o entendeu
Deixa o teu coração viver em paz
O teu pecado foi querer amar demais.

(Paulinho da Viola)

Moyseis Marques - Programa Andante







Nomes de favela

O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!
Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus
Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro
Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar

(Paulo César Pinheiro)

Disritmia

Eu quero
Me esconder debaixo
Dessa sua saia
Prá fugir do mundo
Pretendo
Também me embrenhar
No emaranhado
Desses seus cabelos
Preciso transfundir
Seu sangue
Pro meu coração
Que é tão vagabundo...
Me deixe
Te trazer num dengo
Prá num cafuné
Fazer os meus apelos...

Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...

Vem logo
Vem curar teu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...

Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...

Vem logo
Vem curar seu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...(6x)
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez!

(Martinho da Vila)

Molambo

Eu sei que vocês vão dizer
Que é tudo mentira
Que não pode ser
E que depois de tudo
Que ele me vez
Eu jamais deveria aceitá-lo outra vez
Bem sei que assim procedendo
Me exponho ao desprezo de todos vocês
Lamento, mas fiquem sabendo
Que ele voltou e comigo ficou

Ficou pra matar a saudade
A tremenda saudade
Que não me deixou
Não me deu sossego momento sequer
Desde o dia em que ele me abandonou
Ficou pra impedir que a loucura
Fizesse de mim um molambo qualquer
Ficou desta vez para sempre
Se Deus quiser!

(Jayme Florence/Augusto Mesquita)


Disfarça e chora

Chora, disfarça e chora
Aproveita a voz do lamento
Que já vem a aurora
A pessoa que tanto queria
Antes mesmo de raiar o dia
Deixou o ensaio por outra
Oh! triste senhora
Disfarça e chora
Todo o pranto tem hora
E eu vejo seu pranto cair
No momento mais certo
Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto
E o seu pranto oh! Triste senhora
Vai molhar o deserto
Disfarça e chora

(Cartola e Dalmo Castelo)

Vingança

Eu gostei tanto,
Tanto quando me contaram
Que ihe encontraram
Bebendo e chorando
Na mesa de um bar,
E que quando os amigos do peito
Por mim perguntaram
Um soluço cortou sua voz,
Não ihe deixou falar.
Eu gostei tanto,
Tanto, quando me contaram
Que tive mesmo de fazer esforço
Prá ninguém notar.
O remorso talvez seja a causa
Do seu desespero
Ela deve estar bem consciente
Do que praticou,
Me fazer passar tanta vergonha
Com um companheiro
E a vergonha
É a herança maior que meu pai me deixou;
Mas, enquanto houver força em meu peito
Eu nao quero mais nada
Só vingança, vingança, vingança
Aos santos clamar
Ela há de rolar como as pedras
Que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu
Pra poder descansar

(Lupicínio Rodrigues)



Amendoim torradinho

Meu bem...
Este teu corpo parece
Do jeito que ele me aquece
Amendoim torradinho
E a gente
Nestes teus braços esquece
Do ponteirinho que desce só
Prá impedir teus carinhos
Eu sinto uma vontade louca
De gritar pela rua
Que eu já colei minha boca na boca que é tua
E de gritar ao teu ouvido lá dentro bem fundo
Que não existe no mundo um amor mais profundo
Que o amor bem vagabundo
Que vem lá do meu bem...
Mas meu... meu bem
Este teu corpo parece
Do jeito que ele me aquece
Amendoim torradinho

(Henrique Beltrão)




Volta por cima

Chorei,
Não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava

Um homem de moral
Não fica no chão
Nem quer que mulher
Lhe venha dar a mão

Reconhece a queda
Mas não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima!

(Paulo Vanzolini)

Sempre eu

Ah, sempre eu
Sempre eu é que irão de dizer
que das brigas de amor sou culpado
Eu, coitado, que nunca tive o direito
de amar ou de ser amado

Ah, sempre eu
Sempre eu é que irão de dizer
que das brigas de amor sou culpado
Eu, coitado, que nunca tive o direito
de amar ou de ser amado

Sempre que sou obrigado a deixar
a pessoa que insiste em me enganar
Sempre dizem
"já esperava, este é sempre o seu proceder"
mas as causas ninguém precisa saber
Sempre eu

Ah, sempre eu
Sempre eu que irão de dizer
que das brigas de amor sou culpado
Eu, coitado, que nunca tive o direito
de amar ou de ser amado
Sempre que sou obrigado a deixar
a pessoa que insiste em me enganar
Sempre dizem
"já esperava, este é sempre o seu proceder"
mas as causas ninguém precisa saber
Sempre eu

(Lupicínio Rodrigues - Felisberto Martins)


11 de dez. de 2009

Revés

Logo que me encontrou
Mostrou sua nudez
E eu nem quis indagar porquês
Nem se fazia jus.

Feliz e embasbacado ali
Fugindo em vão dos seus ardis
Já não sabia discernir
O que era sombra e o que era luz.

Mas você despertou
A minha insensatez
E eu sequer pude ser sagaz
Pois nunca lhe supus.

E até para zombar de mim
Do meu revés, minha mudez
Me fez virar de vez refém
Do bem que o seu olhar me fez.

Hoje vivo a perguntar
Onde foi parar meu chão
Em que nuvens estão meus pés e as minhas mãos
Por que é que você não me diz,
Já que estamos a sós, onde pôs
Meus dois olhos exaustos
De ver os seus dois olhos nus?

Não lhe custa responder
Onde está meu coração
Já que desde que lhe vi perdi noção.
Como está pode ser bem capaz
Que ele pulse sem mim, de viés
E eu preciso saber onde jaz
Pra pousá-lo aos seus pés.

Musica de Chico Saraiva
Letra de Mauro Aguiar

Voz: Verônica Ferriani
Violão e Arranjo: Chico Saraiva
Baixo Acústico: Marcelo Cabral
Piano e percussão: Pepe Cisneros



10 de dez. de 2009

Filha de encanto

Eu sou mandingueira, manteúda e Deus me ajuda ainda
Enfrento quebranto, arenga, agouro e me faço linda
Quando meu grito se alonga
Toda quizila escorrega
foge cega com o gume do lume de Yansã.

Eu sou macumbeira, sapopemba e vivo na curimba
Mas tenho decoro não, guardo meu ouro em minha cacimba
Mel do meu canto decola
Chega em Mamãe Dandalunda
Que faz lá minha onda sonora marejar.

Minha voz labareda do samba no breu
É mandinga que alegra, é milagre, é luar
Trago no meu gongá
Um batuque à granel
Que alaga meu sangue de orgulho iorubá

Eu sou brasileira, beiradeira, e força repentina
Esquento o banho de cheiro pro couro da minha cantiga
Minha garganta de seda
É sedução desabrida
Aprendida na fonte escondida de Oxum.

Eu sou curandeira, rezadeira e tenho a voz caluda
Ungüento e encanto que ponho no corpo mamulengo cura
A lama que me ilumina
Na hora da reza clara
É a calma colhida no colo de Nanã.

Minha voz alameda do samba no pé
É candonga que afaga, é luz negra, é mulher
Trago em meu patuá
Talismã de Guiné
Que garante meu canto em qualquer canto que eu for cantar!

Musica de Chico Saraiva
Letra de Mauro Aguiar

Voz: Verônica Ferriani
Violão e Arranjo: Chico Saraiva
Flauta baixo: Carlos Malta
Percussão: Ari Colares


7 de dez. de 2009

É d’Oxum

Nessa cidade todo mundo é d’oxum
Homem, menino, menina, mulher
Toda essa gente irradia magia

Presente na água doce
Presente na água salgada
E toda cidade brilha

Presente na água doce
Presente na água salgada
E toda cidade brilha

Seja tenente ou filho de pescador
Ou um importante desembargador
Se der presente é tudo uma coisa só

A força que mora n’água
Não faz distinçao de cor
E toda cidade é d’oxum

A força que mora n’água
Não faz distinção de cor
E toda cidade é d’oxum

É d’oxum, é d’oxum,
É d’oxum,
Eu vou navegar
Eu vou navegar nas ondas do mar
Eu vou navegar
Eu vou navegar
Eu vou navegar nas ondas do mar
Eu vou navegar

(Gerônimo e Vevé Calasans)






Smile

When you first left me I was wanting more
But you were fucking that girl next door, what you do that for
When you first left me I didn’t know what to say
I've never been on my own that way, just sat by myself all day
I was so lost back then
But with a little help from my friends
I found a light in the tunnel at the end
Now you're calling me up on the phone
So you can have a little whine and a moan
And it's only because you're feeling alone
At first when I see you cry,
yeah it makes me smile, yeah it makes me smile
At worst I feel bad for a while,
but then I just smile I go ahead and smile
Whenever you see me you say that you want me back
And I tell you it don't mean jack, no it don't mean jack
I couldn't stop laughing, no I just couldn´t help myself
See you messed up my mental health I was quite unwell
I was so lost back then
But with a little help from my friends
I found a light in the tunnel at the end
Now you're calling me up on the phone
So you can have a little whine and a moan
And it's only because you're feeling alone
At first when I see you cry,
yeah it makes me smile, yeah it makes me smile
At worst I feel bad for a while,
but then I just smile I go ahead and smile

(Lily Allen)

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http://www.youtube.com/watch?v=XNOLuL7HHnU



4 de dez. de 2009

Iansã

"Para onde vai a minha vida e quem a leva?
Porque eu faço sempre o que não queria?
Que destino contínuo se passa em mim na treva?
Que parte de mim, que eu desconheço, é que me guia?"
Senhora das nuvens de chumbo
Senhora do mundo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Eu sou o céu para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim, dentro de mim

(Gilberto Gil e Caetano Veloso, texto de Maria Bethânia)


1 de dez. de 2009

Hello

I've been alone with you inside my mind
And in my dreams I've kissed your lips a thousand times
I sometimes see you pass outside my door
Hello, is it me you're looking for?
I can see it in your eyes
I can see it in your smile
You're all I've ever wanted, (and) my arms are open wide
'Cause you know just what to say
And you know just what to do
And I want to tell you so much, I love you ...
I long to see the sunlight in your hair
And tell you time and time again how much I care
Sometimes I feel my heart will overflow
Hello, I've just got to let you know
'Cause I wonder where you are
And I wonder what you do
Are you somewhere feeling lonely, or is someone loving you?
Tell me how to win your heart
For I haven't got a clue
But let me start by saying, I love you ...
Hello, is it me you're looking for?
'Cause I wonder where you are
And I wonder what you do
Are you somewhere feeling lonely or is someone loving you?
Tell me how to win your heart
For I haven't got a clue
But let me start by saying ... I love you

(Lionel Richie)


27 de nov. de 2009

Som Brasil PAULINHO DA VIOLA

“Coração Leviano”




“Argumento”




“Timoneiro”




“Recado”




“Sinal Fechado”




“Pecado Capital”




“Foi um rio que passou em minha vida”





”Só o Tempo”




“Jurar com Lágrimas”




“Dança da Solidão”




“Onde a dor não tem razão”






“Bebadosamba”

A Noite do Meu Bem

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
quero a primeira estrela que vier
para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
quero o abandono de flores se abrindo
para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
quero ternura de mãos se encontrando
para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero o amor, o amor mais profundo
eu quero toda beleza do mundo
para enfeitar a noite do meu bem

Mas como esse bem demorou a chegar
eu já nem sei se terei no olhar
toda ternura que eu quero lhe dar

(Dolores Duran)

26 de nov. de 2009

No Escuro

Se você não me quiser
Eu vou respeitar
Eu juro
Como alguém que apaga a luz
Mas tem seu altar
No escuro

E no decorrer dos meses
Já não sei mais quem eu sou
E a pessoa
Refletida
No espelho
Dos seus olhos
Por onde foi que entrou?

Mas se você não me quiser
Eu vou respeitar
No duro
Mas saiba que sou um homem só
E que o meu amor
É puro

E se você não me quiser
Eu vou respeitar
Isso é seguro
Mas um dia foi você
Que soube apontar
Um futuro pra nós

(Marina Lima / Antônio Cícero)

Criança

Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até desvendar caminhos e ver
Como eu chego em você

Vou
Vou levar
Até descobrir
Onde está
O mapa da mina

Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu tô quase lá...

Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até decifrar segredos e ser
O que eu desejo pra você

Vou
Vou levar
Até conseguir
Alcançar
A sua inocência

Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu vou adorar

(Marina Lima)

O Chamado

Vou seguir o chamado
E onde é que vai dar, onde é que vai dar?
Não sei...

Arriscar ser derrotado
Por mentiras que vão
Mentiras que vêm punir

Um coração cansado de sofrer
E de amar até o fim
Acho que vou desistir

Céu abriga o recado
Que é pra eu me guardar
Mudanças estão por vir

Esperar ser proclamado
O grande final,
O grande final feliz!

Que tal aquele brinde que faltou?
Será que teria sido assim?
Acho que vou resistir

Que tal aquele brinde que faltou?
Será que teria sido assim?
Acho que vou resistir...
Onde é que vai dar?
Onde é que vai dar?

(Marina Lima / Giovanni Bizzotto)

À Meia Voz

Me diz o que é que foi
Pra você se magoar assim
Confessa aqui pra mim
Me diz onde é que dói
Será que ainda vou ser
Seu ninho de prazer?
Melhor pagar pra ver...

Me diz o que é que eu fiz
Pra te fazer infeliz assim
Soletra aqui pra mim
Me diz à meia voz
Prometo não contar
Promessas não dão mais...
Confessa e sela a paz

Meu bem não lhe darei
Um céu sem dor nem lei
Mas aceite esta canção
Que fiz pra te alegrar
Debaixo desse véu
Assim à meia-luz
Só há você e eu...

(Marina Lima/ Antonio Cícero)

21 de nov. de 2009

7 de nov. de 2009

O Mundo

O mundo é pequeno pra caramba
Tem alemão, italiano e italiana
O mundo filé milanesa
Tem coreano, japonês e japonesa
O mundo é uma salada russa
Tem nego da Pérsia, tem nego da Prússia
O mundo é uma esfiha de carne
Tem nego do Zâmbia, tem nego do Zaire
O mundo é azul lá de cima
O mundo é vermelho na China
O mundo tá muito gripado
O açúcar é doce, o sal é salgado
O mundo caquinho de vidro
Tá cego do olho, tá surdo do ouvido
O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente
Por que você me trata mal
Se eu te trato bem
Por que você me faz o mal
Se eu só te faço o bem
Todos somos filhos de Deus
Só não falamos as mesmas línguas
Todos somos filhos de Deus
Só não falamos as mesmas línguas

(André Abujamra)

Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede


Cabide

Se eu fingir e sair
Por aí na noitada
Me acabando de rir
Se eu disser que não digo
E não ligo e que fico
Só vou aprontar...

É que eu sambo direitinho
Assim bem miudinho
Cê não sabe acompanhar
Vou arrancar sua saia
E por no meu cabide
Só prá pendurar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai encarar...

Se eu sumir dos lugares
Dos bares, esquinas
E ninguém me encontrar
E se me virem sambando
Até de madrugada
E você for até lá...

É que eu sambo direitinho
Assim bem miudinho
Cê não sabe acompanhar
Vou arrancar tua blusa
E por no meu cabide
Só prá pendurar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai encarar...

Chega de fazer fumaça
De contar vantagem
Quero ver chegar junto
Prá me juntar, eh!
Me fazer sentir mais viva
Me apertar o corpo e a alma
Me fazendo suar
Quero beijos sem tréguas
Quero sete mi'léguas
Sem descansar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai encarar...

Se eu fingir e sair
Por aí na noitada
Me acabando de rir
E se eu disser que não digo
E não ligo e que fico
E que só vou aprontar...

É que eu mando direitinho
Assim bem miudinho
Sei que você vai gostar
Vou arrancar tua blusa
E por no meu cabide
Só prá pendurar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai encarar...

Se eu fingir e sair
Por aí na noitada
Me acabando de rir
Se eu disser que não digo
E não ligo, que fico
Só vou aprontar...

É que eu sambo direitinho
Assim bem miudinho
Cê não sabe acompanhar
Vou arrancar sua saia
E por no meu cabide
Só prá pendurar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai encarar...

Se eu sumir dos lugares
Dos bares, esquinas
E ninguém me encontrar
E se me virem sambando
Até de madrugada
E você for até lá...

É que eu sambo direitinho
Assim bem miudinho
Cê não sabe acompanhar
Vou arrancar tua blusa
E por no meu cabide
Só prá pendurar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai me encarar...

Chega de fazer fumaça
De contar vantagem
Quero ver chegar junto
Prá me juntar, eh!
Me fazer sentir mais viva
Me apertar o corpo e a alma
Me fazendo suar
Quero beijos sem tréguas
Quero sete mil léguas
Sem descansar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai encarar...

Se eu fingir e sair
Por aí na noitada
Me acabando de rir
Se eu disser que não digo
E não ligo e que fico
E que só vou aprontar...

É que eu mando direitinho
Assim bem miudinho
Sei que você vai gostar
Vou arrancar tua blusa
E por no meu cabide
Só prá pendurar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai me encarar...

Quero ver
Se você tem atitude
Se vai encarar
Quero ver
Se você tem atitude
Se vai me encarar...

(Ana Carolina)

Mart'nália

1 de nov. de 2009

Mais do mesmo. Sempre.

Como tudo é cíclico, um novo ciclo começa. Começa hoje, primeiro dia. Mas também a cada minuto ou cada segundo, instantânea e incessantemente. Dolorosamente.
Há um peso grande sobre todo o corpo, um peso físico que parece mínimo, do ar quente e úmido e o maior de todos e invisível e impalpável: o da infelicidade. Por ser assim intangível, esse peso imenso muitas vezes inexiste, o que é ótimo; porém, ele apenas se esconde. Ele está. Sempre.
Eu tenho um cansaço tão grande das coisas e um desejo tão vil de esquecê-las, nublá-las, pulverizá-las num sorriso ou então numa lágrima grossa, vasta como a lava ardente. Um rio de fogo brilhando na noite. Destesto o sol...
Talvez devesse contar uma história agora, tudo concatenado, visivelmente claro ou com sentido mais preciso; mas se assim fosse, eu não seria. Não seria assim. Nem estaria. Assim. Sempre.

(a.l.k.)

No me dejes de querer

No Me Dejes De Querer
Nunca quiero ni pensar
que tus ojos me dejen de ver
No encontrarás amor
que como yo te sea siempre fiel
(Júrame) Que me veré siempre en tus ojos
(Bésame) Con tus labios dulces
(Sabor a miel) Que a tu lado sólo quiero estar
(Y no hay quien) Me llene de tanta ternura
(Con tu amor) Quiero llegar hasta la luna
(Escúchame) No me dejes de querer
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Que sólo, sólo, sólo yo vivo por tu querer
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Que triste, triste me pongo
cuando no estás a mi lado en la noche
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Sólo vivo por tu amor,
no me hace falta más que tu querer
(Sólo te pido no me dejes de querer)
No, no, no me dejes de querer
No me dejes de querer
(Júrame) Que me veré siempre en tus ojos
(Bésame) Con tus labios dulces
(Sabor a miel) Que a tu lado sólo quiero estar
(Y no hay quien) Me llene de tanta ternura
(Con tu amor) Yo puedo llegar hasta la luna
(Escúchame) No me dejes de querer
(Sólo te pido, sólo te pido no me dejes de querer)
Que no me dejes, no me dejes, no me dejes de querer
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Que tú sabes que yo vivo por tu piel
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Que cuando estoy pensando en ti mira,
me siento muy feliz
Y me siento bien
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Ay, no me dejes (de querer)
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Quiero estar contigo juntitos hasta el amanecer
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Y ahora pa' que lo goces bien,
escúchalo con Teddy Mulet
(Sólo te pido no me dejes de querer)
(Sólo te pido no me dejes de querer)
Sólo te pido no me dejes de querer, ay, no me dejes...
(Sólo te pido no me dejes de querer)
no, no, no me dejes (de querer)

(G. Estefan, E. Estefan Jr, R. Blades)

Hablas de mí

Hablas de mí,
Y al oirte no puedo creer
Que estes hablando de mí
Hablas de mí,
Y al hacerlo tratas de ocultar
lo que he sido para ti
Yo que fui más que tu vida,
Yo que siempre te tenía
Tan seguro entre mis brazos;
Yo que cada noche daba,
La plenitud de mi alma,
Si es que tú lo pedías;
Hablas de mí,
No es posible alguien pueda creer
Lo que cuentas de nosotros;
Más si algo queda por dentro
Algo más que tu despecho
Se sincero ante ti mismo;
Y antes de hablar del passado
Piensa que tal vez un día,
Quieras volver a mi lado.

(Jorge Luis Piloto)



(

Mi buen amor

Hay amores que se esfuman con los años.
Hay amores que su llama sigue viva.
Los inciertos, que son rosa y son espina.
Y hay amores de los buenos, como tú.
Hay amores que se siembran y florecen.
Hay amores que terminan en sequía.
Los que traen desengaños en la vida.
Y hay amores de los buenos, como tú.
Mi amor, mi buen amor, mi delirio.
No pretendas que te olvide así, no más.
Que tu amor fue mar cuando sedienta.
Me arrimé a tu puerto a descansar.
Que tu amor, amor, sólo el que un día
en tu pecho, vida mía, me dio la felicidad.
Hay amores que nos llevan al abismo.
Hay amores que jamás se nos olvidan.
Los que dan toda ternura y fantasía.
Son amores de los buenos, como tú.
Mi amor, mi buen amor, mi delirio.
No pretendas que sea poco mi penar,
que tu amor fue luz de pleno día
cuando todo era oscuridad.
Que tu amor, amor sólo el que un día
en tu pecho, vida mía, me dio la felicidad
en tu pecho, vida mía, me dio la felicidad.

(Estefano)


Como m duele perderte

Como duele el día nublado
como el tiempo es tan pesado siiii
porque a diario pienso en ti
que bien grita el silencio
que bien duelen los recuerdos siiii
porque todo habla de ti
que delisia tu sensualidad
que locura cuando te sentia muy de cerca
y ahora que estas lejos hasta el universo ha muerto
como fue que tu dejaste de querer
y olvidaste del ayer
de nuestras miradas de nuestra piel
no te duele asi perder
lo que fue perfecto y acordado fiel
lo que me queda por decir
es como duele perderte hay hay hay
como me duele
que pequeno se hace el cielo
que umillante es el deseo siiii
porque ya no estas aqui
que sincero se hace el frio
como hiel mi sufrimiento
ya no se lo que es vivir
que delisia tu sensualidad
que locura cuando te sentia muy de cerca
y ahora que estas lejos hasta el universo ha muerto
como fue que tu dejaste de querer
y olvidaste del ayer
de nuestras miradas de nuestra piel
no te duele asi perder
lo que fue perfecto y acordado fiel
lo que me queda por decir
es como duele perderte hay hay hay
como me duele perderte
que delisia tu sensualidad
que locura cuando te sentia muy de cerca
y ahora que estas lejos hasta el universo ha muerto
como fue que tu dejaste de querer
y olvidaste del ayer
de nuestras miradas de nuestra piel
no te duele asi perder
lo que fue perfecto y acordado fiel
lo que me queda por decir
es como duele perderte hay hay hay
como me duele perderte.

(M. Flores)

Con los años que me quedan

Sé que aún me queda una oportunidad,
Sé que aún no es tarde para recapacitar,
Sé que nuestro amor es verdadero,
Con los años que me quedan por vivir
Demostrare cuanto te quiero.
Con los años que me quedan
Yo viviré por darte amor
Borrando cada dolor,
Con besos llenos de pasión,
Como te amé por vez primera
Con los años que me quedan
Te haré olvidar cualquier error
No quise herirte, mi amor
Sabes que eres mi adoración
Y lo serás mi vida entera.
No puedo imaginar vivir sin ti
No quiero recordar como te perdí
Quizás fué inmadurez de mi parte
No te supe querer
Y te aseguro que los años que me quedan
Los voy a dedicar a ti
Hacerte tan feliz
Que te enamores más de mí
Yo te amare hasta que muera
Como comprobar que no soy quien fui
El tiempo te dirá sí tienes fé en mí
Que como yo te ame
Más nadie,
Te podrá amar jamás
Dime que no es el final
Sé que aún me queda una oportunidad
Sé que aún no es tarde para recapacitar
Sé que nuestro amor es verdadero oohhh
Con los años que me quedan por vivir
Demostrare, cuanto te quiero.
Sé que nuestro amor es verdadero iiiiihhh,
Con los años que me quedan por vivir
Demostrare cuanto te quieroooo..
cuanto te quierooooo...

(Gloria Estefan & Emilio Estefan Jr.)

31 de out. de 2009

Eu já não sei

Eu já não sei
Se fiz bem ou se fiz mal
Em pôr um ponto final
Na minha paixão ardente
Eu já não sei
Porque quem sofre de amor
A cantar sofre melhor
As mágoas que o peito sente

Quando te vejo e em sonhos sigo os teus passos
Sinto o desejo de me lançar nos teus braços
Tenho vontade de te dizer frente a frente
Quanta saudade há do teu amor ausente
Num louco anseio, lembrando o que já chorei
Se te amo ou se te odeio
Eu já não sei

Eu já não sei
Sorrir como então sorria
Quando em lindos sonhos via
A tua adorada imagem
Eu já não sei
Se deva ou não deva querer-te
Pois quero às vezes esquecer-te
Quero, mas não tenho coragem


29 de out. de 2009

Diálogo

Para Luiz Arthur Nunes

A: Você é meu companheiro.
B: Hein?
A: Você é meu companheiro, eu disse.
B: O quê?
A: Eu disse que você é meu companheiro.
B: O que é que você quer dizer com isso?
A: Eu quero dizer que você é meu companheiro. Só isso.
B: Tem alguma coisa atrás, eu sinto.
A: Não. Não tem nada. Deixa de ser paranóico.
B: Não é disso que estou falando.
A: Você está falando do quê, então?
B: Eu estou falando disso que você falou agora.
A: Ah, sei. Que eu sou teu companheiro.
B: Não, não foi assim: que eu sou teu companheiro.
A: Você também sente?
B: O quê?
A: Que você é meu companheiro?
B: Não me confunda. Tem alguma coisa atrás, eu sei.
A: Atrás do companheiro?
B: É.
A: Não.
B: Você não sente?
A: Que você é meu companheiro? Sinto, sim. Claro que eu sinto. E você, não?
B: Não. Não é isso. Não é assim.
A: Você não quer que seja isso assim?
B: Não é que eu não queira: é que não é.
A: Não me confunda, por favor, não me confunda. No começo era claro.
B: Agora não?
A: Agora sim. Você quer?
B: O quê?
A: Ser meu companheiro.
B: Ser teu companheiro?
A: É.
B: Companheiro?
A: Sim.
B: Eu não sei. Por favor, não me confunda. No começo era claro. Tem alguma coisa atrás, você não vê?
A: Eu vejo. Eu quero.
B: O quê?
A: Que você seja meu companheiro.
B: Hein?
A: Eu quero que você seja meu companheiro, eu disse.
B: O quê?
A: Eu disse que eu quero que você seja meu companheiro.
B: Você disse?
A: Eu disse?
B: Não. Não foi assim: eu disse.
A: O quê?
B: Você é meu companheiro.
A: Hein?
(ad infinitum)

Caio Fernando Abreu



Myself

mais

soon

I

hope

Vou

thinking

(a.l.k.)

28 de out. de 2009

Zombie

Another head hangs lowly

Child is slowly taken
And the violence caused such silence
Who are we mistaken?

But you see, it's not me, it's not my family
In your head, in your head they are fighting
With their tanks and their bombs
And their bombs and their guns
In your head, in your head, they are crying...

In your head, in your head
Zombie, zombie, zombie hey, hey
What's in your head? In your head
Zombie, zombie, zombie?
Hey, hey, hey, oh, dou, dou, dou, dou, dou...

Another mother's breaking
Heart is taking over
When the violence causes silence
We must be mistaken

It's the same old theme since nineteen-sixteen
In your head, in your head they're still fighting
With their tanks and their bombs
And their bombs and their guns
In your head, in your head, they are dying...

In your head, in your head
Zombie, zombie, zombie
Hey, hey. What's in your head
In your head
Zombie, zombie, zombie?
Hey, hey, hey, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, hey, oh, ya, ya-a...

(Dolores O'Riordan)


Jay Brannan



17 de out. de 2009

Cornerstone

I thought I saw you in The Battleship
but it was only a look alike
She was nothing but a vision trick
under the warning light
She was close,
close enough to be your ghost
But my chances turned to toast
when I asked her if I could call her your name

I thought I saw you in The Rusty Hook,
huddled up in a wicker chair
I wandered over for a closer look
and kissed whoever was sitting there
She was close and she held me very tightly
until I asked awfully politely
"please can I call you her name?"

I elongated my lift home
I let him go the long way round
I smelt your scent on the seat belt
and kept my short cuts to myself

I thought I saw you in The Parrot's Beak
messing with the smoke alarm
It was too loud for me to hear her speak
and she had a broken arm
It was close,
so close that the walls were wet
And she wrote it out in Letraset
"No, you can't call me her name"

Tell me where's your hiding place
I'm worried I'll forget your face
And I've asked everyone
I'm beginning to think I imagined you all along

I elongated my lift home
I let him go the long way round
I smelt your scent on the seat belt
and kept my shortcuts to myself

I saw your sister in The Cornerstone
on the phone to the middle man
When I saw that she was on her own
I thought she might understand
She was close,
well you couldn't get much closer
She said "I'm really not supposed to but yes, you can call me anything you want"

(Alex Turner)

Arctic Monkeys

Velho arvoredo

Eu te esqueci muito cedo
Pelo tempo que passou
Tal como um velho arvoredo
Que o vento não derrubou
Tronco mudado em rochedo
Pedra transformada em flor
E eu fui ficando sozinho no pó do caminho
Me desenganando sofrendo e chorando
E mantendo em segredo
Essa minha ilusão
Que me escapou de entre os dedos
Pra não sei que outras mãos
E eu me tornei o arremedo
De tudo aquilo que eu não sou
Mas, eu jamais retrocedo o que passou, passou
Já superei mas, só eu sei, o mesmo eu jamais serei
Feito a madeira, o machado inclinando
Eu por fora estou cicatrizando
E por dentro sangrando
Afastado do medo mas sozinho
Tal como o velho arvoredo
Que não serve ao tempo nem ao lenhador
E o vento abandonou

(Hélio Delmiro - Paulo César Pinheiro)


27 de set. de 2009

Quem há de dizer

Quem há de dizer
Que quem você está vendo
Naquela mesa bebendo
É o meu querido amor
Repare bem que toda vez que ela fala
Ilumina mais a sala
Do que a luz de um refletor
O cabaré se inflama
Quando ela dança
E com a mesma esperança
Todos lhe põem o olhar
E eu, o dono,
Aqui no meu abandono
Espero louco de sono
O cabaré terminar
Rapaz! Leve essa mulher consigo
Disse uma vez um amigo
Quando nos viu conversar
Vocês se amam
E o amor deve ser sagrado
E o resto deixa de lado
Vá construir o teu lar
Palavra! Quase aceitei o conselho
O mundo, esse grande espelho
Que me fez pensar assim
Ela nasceu com o destino da lua
Pra todos que andam na rua
Não vai viver só pra mim

(Lupicínio Rodrigues / Alcides Gonçalves)

15 de set. de 2009

GAL COSTA - NOITES CARIOCAS (MINHAS NOITES SEM SONO) - (GAL TROPICAL MONTREUX - 1980)

ei que ao meu coração só lhe resta escolher
Os caminhos que a dor sutilmente traçou
Para lhe aprisionar
Nem lhe cabe sonhar com o que definhou
Vou me repreender pra não mais me envolver
Nessas tramas de amor
Eu bem sei que nós dois somos bem desiguais
Para que martelar, insistir, reprisar
Tanto faz, tanto fez
Eu por mim desisti, me cansei de fugir
Eu por mim decretei que fali, e daí?
Eu jurei para mim não botar nunca mais
Minhas mãos pelos pés
Mas que tanta mentira eu ando pregando
Supondo talvez me enganar
Mas que tanta crueza
Se em mim a certeza é maior do que tudo o que há
Todas as vezes que eu sonho
É você que me rouba a justeza do sono
É você quem invade bem sonso e covarde
As noites que eu tento dormir meio em paz
Sei que mais cedo ou mais tarde
Vou ter que expulsar todo o mal
Que você me rogou
Custe o que me custar
Vou desanuviar toda a dor que você me causou
Eu vou me redimir e existir, mas sem ter que ouvir
As mentiras mais loucas
Que alguém já pregou nesse mundo pra mim
Sei que mais cedo ou mais tarde
Vai ter um covarde pedindo perdão
Mas sei também que o meu coração
Não vai querer se curvar só de humilhação

(Hermínio Bello de Carvalho - Jacob do Bandolim)

13 de set. de 2009

10 de set. de 2009

Quando bate uma saudade

Vem
Quando bate uma saudade
Triste
Carregado de emoção
Ou aflito quando um beijo já não arde
No reverso inevitável da paixão
Quase sempre um coração amargurado
Pelo desprezo de alguém
É tocando pelas cordas de uma viola
É assim que um samba vem

Quando o poeta se encontra
Sozinho num canto qualquer do seu mundo
Vibram acordes, surgem imagens
Soam palavras, formam-se frases
Mágoas
Tudo passa com o tempo
Lágrimas
São as pedras preciosas da ilusão
Quando surge a luz da criação no pensamento
Ele trata com ternura o sofrimento
E afasta a solidão

(Paulinho da Viola)




Gal em "O sorriso do gato de Alice": MARAVILHA!!!!

4 de set. de 2009

Modinha

Não, não pode mais meu coração
Viver assim dilacerado
Escravizado a uma ilusão
Que é só desilusão
Não, não seja a vida sempre assim
Como um luar desesperado
A derramar melancolia em mim
Poesia em mim
Vai, triste canção, sai do meu peito
E semeia emoção
Que chora dentro do meu coração

(Tom Jobim / Vinicius de Moraes)

31 de ago. de 2009

Mambembe

No palco, na praça, no circo, num banco de jardim,
correndo no escuro, pichado no muro
você vai saber de mim,
Mambembe, cigano,
debaixo da ponte, cantando,
por baixo da terra, cantando,
na boca do povo, cantando.

Mendigo, malandro, moleque, molambo, bem ou mal,
escravo fugido ou louco varrido
vou fazer meu festival,
Mambembe, cigano,
debaixo da ponte, cantando,
por baixo da terra, cantando,
na boca do povo, cantando.

Poeta, palhaço, pirata, corisco, errante judeu,
dormindo na estrada, não é nada, não é nada
e esse mundo é todo meu,
Mambembe, cigano,
debaixo da ponte, cantando,
por baixo da terra, cantando,
na boca do povo, cantando.

(Chico Buarque)


30 de ago. de 2009

Ela faz cinema

Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama

Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual

Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama

Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz

Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coração
e quando o meu coração
Se inflama

Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim.

(Chico Buarque)


Você não serve pra mim

Não fique triste, não se zangue
Com tudo que eu vou lhe falar
Sinto demais , porém agora
Tenho que lhe explicar
Você comigo não combina
Não adianta nem tentar
Não vejo mais razão nenhuma
Pra continuar
Não quero mais seu amor
Não pense que eu sou ruim
Vou procurar outro alguém
Você não serve pra mim
Não serve pra mim
Uma palavra de carinho
Jamais ouvi você falar
Seu beijo tão indiferente
Foi o que me fez pensar
No tempo que eu estou perdendo
No amor que eu tenho pra dar
Deve existir alguém querendo
O que você não quis ligar
Não quero mais seu amor
Não pense que eu sou ruim
Vou procurar outro alguém
Você não serve pra mim
Não serve pra mim
Pode ser que alguém lhe queira
Dar um grande amor
Quero que você seja feliz com
Outro alguém
Porque eu não quero mais seu amor
Não pense que eu sou ruim
Vou procurar outro alguém
Você não serve pra mim
Não serve pra mim

(Renato Barros)


Me adora

Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
“Só não desonre o meu nome”
Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome
Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

(Pitty)


29 de ago. de 2009

Malemolência

Veio até mim
Quem deixou
Me olhar assim
Não pediu
Minha permissão
Não pude evitar
Tirou meu ar
Fiquei sem chão...
Menino bonito
Menino bonito, ai!
Ai menino bonito
Menino bonito, ai!...
É tudo o que eu posso
Lhe adiantar
O que é um beijo
Se eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança, cai!
Vem prá roda
Da Malemolência...
Menino bonito
Menino bonito, ai!
Ai menino bonito
Menino bonito, ai!...
É tudo que eu posso
Lhe adiantar
O que é um beijo
Se eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança, cai
Vem prá roda
Da Malemolência...
Menino bonito
Menino bonito, ai!
Ai menino bonito
Menino bonito, ai!

(Alec Haiat - Céu)

Visgo de jaca

Já caçou bem-te-vi
Esqueceu do sofrê
É o diabo
Gaiolou curió
E calou o mainá
É o diabo
Segurou com o visgo da jaca
Cambaxirra, coleiro cantor
Tal e qual me prendeu a morena dendê
No amor...
São Francisco, amigo da mata
Justiceiro, viveiro quebrou
Mas não viu que a morena maltrata e me faz sofredor
Minha terra tem sapê, arueira
Onde canta o sabiá
E a morena quer me ver na poeira
E sem asa prá voar

(Rildo Hora - Sergio Cabral)


Cangote

Fiz minha casa no teu cangote
Não há neste mundo quem me bote
Pra sair daqui
(uh uh uh)
Te pego sorrindo num pensamento
Faz graça de onde fiz meu achego, meu alento
E nem ligo
Como pode, no silêncio, tudo se explicar?!
Vagarosa, me espreguiço
E o que sinto, feito bocejo, vai pegar
Fiz minha casa no teu cangote
Não há neste mundo quem me bote
Pra sair daqui
(uh uh uh)

(Céu)


Bubuia

Já que não estamos aqui só a passeio.
já que a vida enfim não é recreio.

Eu vou na bubuia, eu vou...

Flutuo, navegando sem tirar os pés do chão,
365 dias na missão...

Na bubuia eu vou...

Subo o rio no contra fluxo,
à margem da loucura,
na fé que a vida
após a morte continua.

eu vou na bubuia, eu vou...

Entoo uma toada em dia de noite escura,
na sequência, na cadência, na fissura...

Eu vou na bubuia, eu vou...

Eu vou suave, bebendo água na cuia.
Olho aberto, papo reto,
o peito como bússula.
Nenhum receio do lado negro da lua,
que me guia, na bubuia.

Eu vou na bubuia, eu vou...

O destino é o mar onde vou me desfazer,
contente a deslizar na correnteza do viver

Na bubuia eu vou...
Eu vou na bubuia, eu vou...

(Céu, Anelis Assumpção e Thalma de Freitas)





Sobre o amor e seu trabalho silencioso

Vai pegar feito bocejo
ou que só sentido vê
instigado num lampejo
despertado pelo beijo
que o baile parou pra ver
Da marchinha fez silêncio
num silêncio escutei
uma disritmia em meu coração
que se instalou de vez

(Céu)




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Céu ao vivo: ótima!

24 de ago. de 2009

A natureza das coisas

Se avexe não
Amanhã pode acontecer tudo
Inclusive nada
Se avexe não
A lagarta rasteja até o dia
Em que cria asas
Se avexe não
Que a burrinha da felicidade
Nunca se atrasa
Se avexe não
Amanhã ela pára na porta
Da sua casa
Se avexe não
Toda caminhada começa
No primeiro passo
A natureza não tem pressa
Segue seu compasso
Inexoravelmente chega lá
Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa ou seja lavadeira
Pra ir mais alto vai ter que suar

(Acioli Neto)


21 de ago. de 2009

Tudo sobre você

Queria descobrir
Em 24hs tudo que você adora
Tudo que te faz sorrir
E num fim de semana
Tudo que você mais ama
E no prazo de um mês
Tudo que você já fez
É tanta coisa que eu não sei
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você

E até saber de cor
No fim desse semestre
O que mais te apetece
O que te cai melhor
Enfim eu saberia
365 noites bastariam
Pra me explicar por que
Como isso foi acontecer
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você

Por que em tão pouco tempo
Faz tanto tempo que eu te queria


(John Ulhoa - Zélia Duncan)





20 de ago. de 2009

Amiga

Amiga, perdoa se eu me meto em sua vida
Mas sinto que você vive esquecida
De se lembrar que tudo terminou
Amiga, o pano se fechou no fim do ato
Você não aceitou da vida o fato
Que desse caso nada mais restou

Aquele por quem você se desespera e chama
Por quem você procura em sua cama
Na realidade a muito te esqueceu

Esqueça, refaça a sua vida urgentemente
Que o tempo passa e um dia de repente
A gente chora o tempo que perdeu

Amigo, eu te agradeço por sofrer comigo
Mas tento me livrar e não consigo
De tudo que esse cara foi pra mim

Às vezes, eu penso tanto nele que me esqueço
Que qualquer dia desses enlouqueço
Por insistir num sonho que passou

Se acaso eu jogo a minha juventude à toa
Nas águas desse pranto, me perdoa
E peço o teu conselho sem te ouvir

Mas ele é tudo que mais quero e mais preciso
É o ar que eu necessito e não consigo
Me sufocando se ele não está

Amiga, se quer desabafar conte comigo
Mas se você chorar choro contigo
Amigo é pra essas coisas, estou aqui
Amiga

Amigo

(Roberto Carlos & Erasmo Carlos)

Língua do Pê

Gaparanpantopo quepe vopocêpê
Garanto que você
Nãpão vapai não vai
Nãpão vapai não vai
Compomprepeenpendeper
Bulhufas
Bulhufas
Dopo quepe tempentapamopos lhepe dipizeper
Não tem problema
Não tem problema

Espetapamopos pelaí
Não tem problema
Não tem problema
Espetapamopos espepeperanpandopo coisas pela aí

Smetak tak tak tak (tak tak tak tak tak)
Mariá bababa baba baba
Catuaba
Cachoeira
Vão me procurar na Lapa
Na gruta da Mangabeira
Quarta-feira de manhã
Quarta-feira de manhã

(Gilberto Gil)


15 de ago. de 2009

Cabaret no Morro

Fundaram um cabaret no morro
Cismaram que eu devia freqüentar
Isto é firme, disse mesmo eu lá não vou
Só quero ver quem é que vai me obrigar
O meu cabrocha
Que foi sempre a meu favor
Desta vez também veio contra mim
Não sei porque estou ficando diferente
Já não gosto de malandro
Nem freqüento botequim
E é a minha opinião
Quando eu quero, quero mesmo
E comigo é assim

E vim descendo
Batucando os meus tamancos
Abandonando a malandragem e o barracão
E embora sendo nascida no morro e criada na orgia
Vi que essa gente não tem civilização

E resolvi ali mesmo: Hei de voltar!
Se a vida um dia, se Deus quiser, melhorar
Com um ricaço pendurado no meu braço
Vestido de seda, capote de forro
Civilizarei o morro

(Herivelto Martins)


Meu barracão

Faz hoje quase um ano que eu não vou visitar
Meu barracão lá da Penha que me faz sofrer
E até mesmo chorar
Por lembrar a alegria com que eu sentia
O forte laço de amor que nos unia.

Não há quem tenha mais saudades lá da Penha
Do que eu - juro que não!
Não há quem possa me fazer perder a bossa
Só a saudade do barracão

Mas veio lá da Penha hoje, uma pessoa
Que me trouxe uma notícia do meu barracão
Que não foi nada boa
Já cansado de esperar, saiu do lugar
Eu desconfio que ele foi me procurar...

(Noel Rosa)

Mentirosa

Gosto
confesso que gosto
que às vezes me digas
que sou teu béguin
Gosto
mas juro e aposto
que é tudo mentira
mas sempre faz bem...
Mesmo que mintas a esmo
E digas a todos o mesmo que a mim
Mente
que eu fico contente
enquanto disseres mentiras assim

O amor é feito de mentiras
e mais ama quem mais mente
Ou melhor souber mentir
Mente, que talvez assim prefiras
através dessas mentiras
O teu peito iludir

Deixa
se um outro se queixa das tuas palavras...
Não sabe o que diz!
Juro
que às vezes te aturo
Porque mentes muito
e me fazes feliz
Quando tu fores cansando
das minhas palavras
dos carinhos meus
Mente, que eu fico contente
em crer que a mentira
é a verdade do adeus

(Custódio Mesquita/ Mário Lago)

14 de ago. de 2009

Sabrina Starke

ENCANTADO.















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