29 de abr. de 2007

Otelo da Mangueira (28/04/2007)



O musical Otelo da Mangueira, de Gustavo Gasparani, autor e ator da Cia dos Atores, e passista da Mangueira há 17 anos, é uma homenagem poético-fantasiosa à Estação Primeira, à cidade do Rio de Janeiro, sua cultura e seu povo.

O espetáculo, apresentado em Porto Alegre dentro do Circuito Cultural Banco do Brasil, fez temporada de três meses no Rio de Janeiro e participou do Festival de Curitiba, com grande sucesso. Recebeu também a indicação para o prêmio Shell na categoria ator para Gustavo Gasparani.

Em Otelo da Mangueira, a guerra contra os turcos se transforma na luta para vencer o carnaval. A batalha em Chipre tem seu paralelo na disputa pelo samba-enredo. As armas, espadas e canhões nada mais são que cuícas, taróis e surdos de marcação. Enfim, nesta guerra a artilharia será bateria e os gritos e brados serão melodias e canções. Permanecem, contudo, a vingança, a traição, os ciúmes, os amores e ódios e a eterna sede pelo poder presente na história da humanidade e demonstrada de forma exemplar na peça de Shakespeare.

Sem dúvida um grande espetáculo, uma adaptação bastante criativa e por vezes muito emocionante, dadas as canções dos mangueirenses, e recebido de forma colorosa pela platéia. Às vezes até calorosa demais - talvez seja implicância minha, mas aplausos a cada número musical ou a cada cena mais entusiamada é extremamente desagradável, compromete o andamento do espetáculo. Naquelas regras estipuladas no início da apresentação (como desligar celular, etc..) deveria haver um esclarecimento para o público menos avisado/ preparado, isso também em concertos e óperas. Mas enfim, talvez seja ranzinzise demais da minha parte.

(a.l.k.)

Ficha técnica:
Texto: Gustavo Gasparani
Direção: Daniel Herz
Direção Musical: Josimar Carneiro
Elenco: Susana Ribeiro, Marcelo Capobiango, Gustavo Gasparani, Jorge Maya, Patricia Costa, Sheila Mattos, Jorge Medina, Pedro Lima, Anderson Mello, Sueli Guerra, Juliana Clara, Jurema Moisés, Aldri Anunciação.
Músicos: Rui Alvim,Cristiane Cotrim, Luiz Flavio Aoclfra, Silvão Silva, Marcelo Pizzott

Um comentário:

Anônimo disse...

Anderson, és um resenhista e eu não sabia? Está muito bem escrito... Mandaste para o Poacultural?
Um abraço!

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