Três da madrugada Quase nada A cidade abandonada E essa rua que não tem mais fim Três da madrugada Tudo e nada A cidade abandonada E essa rua não tem mais nada de mim Nada Noite, alta madrugada Essa cidade que me guarda Que me mata de saudade É sempre assim Triste madrugada Tudo e nada A mão fria, a mão gelada Toca bem de leve em mim Saiba Meu pobre coração não vale nada Pelas três da madrugada Toda a palavra calada Dessa rua da cidade Que não tem mais fim
"E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre;(…)" (Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego")
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