30 de set. de 2008

Tremmmmmmmmmmmmmmmmmm

Um trem que passa pela multidão. Um trem bala por entre os escombros. Rápido luzidio branco incólume limpo livre de toda sujeira ao redor. A sujeira das ruínas e dos corpos desmantelados, putrefatos, torpes, agonizantes, sangrentos. Um trem que ondula por entre a mágoa e a escuridão e segue brilhando, insensível. A coisa não sente. E eu também. A coisa é tão rápida que nem é nem está e é tudo e já não é. E eu sou nada silenciosamente e estertorosamente um tudo: milissegundo, e de novo: perplexo e inerte. O trem é mais coração que eu. Eu só tenho a máquina que faz jorrar o ferro líquido, o qual a coisa tão sólida faz disso a sua altivez: a dureza firme de seguir brilhante sobre o dilacerado.

(a.l.k.)

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