Fundaram um cabaret no morro
Cismaram que eu devia freqüentar
Isto é firme, disse mesmo eu lá não vou
Só quero ver quem é que vai me obrigar
O meu cabrocha
Que foi sempre a meu favor
Desta vez também veio contra mim
Não sei porque estou ficando diferente
Já não gosto de malandro
Nem freqüento botequim
E é a minha opinião
Quando eu quero, quero mesmo
E comigo é assim
E vim descendo
Batucando os meus tamancos
Abandonando a malandragem e o barracão
E embora sendo nascida no morro e criada na orgia
Vi que essa gente não tem civilização
E resolvi ali mesmo: Hei de voltar!
Se a vida um dia, se Deus quiser, melhorar
Com um ricaço pendurado no meu braço
Vestido de seda, capote de forro
Civilizarei o morro
(Herivelto Martins)
15 de ago. de 2009
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