5 de nov. de 2008

Pela janela e o vento

É noite agora.
Noite de verdade.
O céu é opaco e profundamente azul, escuro, quase negro.
Cintilam poucas luzes de dentro dele.
Há bem mais luz ao redor. Mas não em mim.
Há o vento.
Se só ele existisse e mais nada eu seria também feliz.
Quem sabe.
Se ele soprasse em círculos, com rajadas alternadas
de frescor e de escaldante torpor.
De qualquer forma que ele me atingisse, eu iria.
Eu voava.
Voaria com ele para além.
Se eu pulasse ele me ergueria?
Se me jogasse todo em seus braços, o vento seria reconfortante berço?

(a.l.k.)

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