"Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento como os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor.
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo."
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário