Eu sou mandingueira, manteúda e Deus me ajuda ainda
Enfrento quebranto, arenga, agouro e me faço linda
Quando meu grito se alonga
Toda quizila escorrega
foge cega com o gume do lume de Yansã.
Eu sou macumbeira, sapopemba e vivo na curimba
Mas tenho decoro não, guardo meu ouro em minha cacimba
Mel do meu canto decola
Chega em Mamãe Dandalunda
Que faz lá minha onda sonora marejar.
Minha voz labareda do samba no breu
É mandinga que alegra, é milagre, é luar
Trago no meu gongá
Um batuque à granel
Que alaga meu sangue de orgulho iorubá
Eu sou brasileira, beiradeira, e força repentina
Esquento o banho de cheiro pro couro da minha cantiga
Minha garganta de seda
É sedução desabrida
Aprendida na fonte escondida de Oxum.
Eu sou curandeira, rezadeira e tenho a voz caluda
Ungüento e encanto que ponho no corpo mamulengo cura
A lama que me ilumina
Na hora da reza clara
É a calma colhida no colo de Nanã.
Minha voz alameda do samba no pé
É candonga que afaga, é luz negra, é mulher
Trago em meu patuá
Talismã de Guiné
Que garante meu canto em qualquer canto que eu for cantar!
Musica de Chico Saraiva
Letra de Mauro Aguiar
Voz: Verônica Ferriani
Violão e Arranjo: Chico Saraiva
Flauta baixo: Carlos Malta
Percussão: Ari Colares
10 de dez. de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário