19 de jan. de 2009

Ciclo, círculo, circo

Ao longo da noite ou no tempo qualquer que passa, escuro e frio e silencioso, eu sinto dentro em mim uma angústia única a cada dia, a cada hora, a cada minuto que se vai ao encontro do sol. “Esse sol porque tinha de tanto brilhar? Anunciar no meu peito a manhã pra depois sumir...”. Mil vezes essa canção do Túlio. Mil vezes a voz desesperada e forte da Bethânia sobre o piano que igualmente irradia as notas fortes e pesadas.
A noite me abriga no silêncio e nele eu permaneço sempre. Nele eu sempre quero permanecer. Quero ouvir cada cristal tilintar e o meu coração bater, descompassado. Decifrar cada sombra que invade a minha pupila dilatada; cada imagem que já se grudou na minha retina, e que da minha cabeça, do mais fundo poço, retorna em carrossel.

(a.l.k.)

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