Um trem que passa pela multidão. Um trem bala por entre os escombros. Rápido luzidio branco incólume limpo livre de toda sujeira ao redor. A sujeira das ruínas e dos corpos desmantelados, putrefatos, torpes, agonizantes, sangrentos. Um trem que ondula por entre a mágoa e a escuridão e segue brilhando, insensível. A coisa não sente. E eu também. A coisa é tão rápida que nem é nem está e é tudo e já não é. E eu sou nada silenciosamente e estertorosamente um tudo: milissegundo, e de novo: perplexo e inerte. O trem é mais coração que eu. Eu só tenho a máquina que faz jorrar o ferro líquido, o qual a coisa tão sólida faz disso a sua altivez: a dureza firme de seguir brilhante sobre o dilacerado.
(a.l.k.)
A Surpresa de Final de Ano
Há 2 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário