24 de ago. de 2007

Há no instante que foi.

Já não sendo e tentando ser aquilo que de mais genuíno se esperava, vem veio sempre o incompleto. O não completo que tolhe sempre o prazer pleno. Que deixa à tona sempre os sentimentos como que atrelados a grandes imensas infladas boias azuis que impedem o mergulho que impede a imersão em cada segundo, assim segundo mesmo, assim precioso, assim um por um, até o desfalecimento. Estar na cena dentro e no entanto mirar voluptuosa e maleficamente cada gesto ação fato minuto. Os segundos só se sentem. E se quer aquilo que se não tem. Que não têm onde há. Três ações concatenadas, mas girando, e presas e tão uma e tão pouco e tão nada. Vieses. Muitos rezeves. Incompleto. Parado. Vieses revezados sem a intensidade esperada do abismo. Respirar na região abissal, inundar os pulmões de água e sal e vida. Sem luz. E em busca. Acima bem acima. Tudo e todo. Errado. Ímpeto. Ciclo. Fim. Um travor consciente de dever e de não ter de. Ou de simplesmente sentir e não pensar. Pensar e sentir; sentir, sentir, pensar... é demais, dói mais que o corpo que lateja e contrai, nunca acaba, sempre volta, marca e mancha. Foi. Mas é. Inesquecível não é bom, embora alguma vez tenha sido ou pudesse ser. Sal e sangue; lágrima, ferro em brasa. Onde estavam: as palavras certas nos momentos certos? os desejos nos seu lugares? o sim e não? O olho, a boca, o coração? O que foi não volta, mas perdura. Augúrios alvos solares mornos, por sobre o mar azul. Nem além, nem mal nem bem, assim uma coisa que é puramente ela mesma. Auto-engendrada-suficente-confiante. Há no intante que foi, tudo isto e agora antes do ponto final (que não vai existir) haverá mais rodopios de palavras e vozes e gostos e cheiros e sensações; cada uma tem de ir para o seu lugar e eu não sei onde eu estou no meio eu fico agora não tem fim AINDA

(a.l.k.)

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